Fanfic: "Reminescence" - Mariana - 9º Capítulo

"Reminescence" - Mariana - 9º Capítulo

 

 

-Edward! Edward! Volta, Edward! - a sua voz vinha de muito longe...mas mesmo assim eu conseguia ouvi-la, conseguia sentir os seus passos a correrem numa busca perdida, à procura de algo inalcansálvel...à minha procura.
Acelarei ainda mais e saltei pela janela que dava para o seu quarto. Não tinha muito tempo. Precisava de fazer desaparecer todos os sinais da minha presença na vida dela.
Peguei no CD que lhe oferecera e nos bilhetes dados por Esme e Carlisle.
Abri o seu álbum de fotos e retirei de lá todas as fotos onde figurávamos juntos e aquela que ela me tinha tirado há duas noites. Rasguei a minha parte do retrato e guardei a sua no álbum.
Desci as escadas num milésimo de segundo e escrevi um bilhete a Charlie, fazendo-me passar pela Bella para que ele soubesse onde a encontrar.
Ela perseguiu-me, embrenhara-se demasiado na densa floresta. Se eles não a conseguissem encontrar...deveria ter ido buscá-la, mas ela não podia ver-me novamente. Ainda tinha a cabeça ás voltas por ela ter acreditado em mim com tanta facilidade...como se o tempo que passámos juntos, a altura em que a salvara de James, as vezes que disse que a amava...fosse o mesmo que ter estado quieto e calado a um canto.
A cena da despedida só servira para aumentar a minha dor...não sabia como havia de sobreviver.
Deveria ter dado ouvidos a Alice, quando me implorara que a deixasse despedir-se de Bella. Mas isso não seria bom para ela. Seria péssimo. Tinha de ser uma ruptura radical.
Agora tinha de pensar no futuro que tinha à minha frente.
A minha família estava convencida de que eu iria com eles a algum lado. Tinha de arranjar a melhor maneira de lhes dizer que partiria sozinho, para bem longe daqui.
Ela estava demasiado presente na minha memória. Tinha que fugir.
-Estou pronta. - foi a única coisa que Rosalie disse quando eu entrei em casa. Ignorei a vontade que tinha de a partir aos bocados.
-Edward...-murmurou Esme.- já o fizeste? Já te despediste dela?
Acenei com a cabeça. Alice limitou-se a abraçar-me. A mente dela estava contaminada com uma dor profunda, mas não tão profunda como a minha. Era uma dor diferente, dois tipos diferentes de perda.
Eu acabara de perder o único ser que alguma vez amei desta forma. Acabara de deixar para trás algo por que muitos humanos, ou até mesmo vampiros, lutariam até ao fim. E agora estava vazio, desprovido de emoções. Apenas a dor se ocupava de mim. Todo eu era dor e sofrimento, nada mais que isso.
Apertei Alice nos meus braços e devo tê-la magoado, mas ela não se queixou.  Provavelmente, aquilo que eu sentia formava uma aura em meu redor e todos pareciam senti-la. Jasper lançou-me um olhar horrorizado e percebi logo que ele estava a corrente das minhas emoções.
Não podia deixar que eles se fossem sentir assim para sempre. Não queria que a minha família fosse infeliz por algo que era inteiramente minha culpa.

-Eu não vou convosco. - anunciei.
-Como assim, não vais connosco? - perguntou Esme.
-Não vou interferir com a vossa vida. Quero que sejam felizes.
-Edward, sem ti na nossa família nenhum de nós é inteiramente feliz. Por favor, filho, não faças isto. Já é sufecientemente penoso termos de deixar a Bella. - estremeci. - Por favor, vem connosco.
-Não posso, Carlisle. Já escolhi o meu caminho.
-Edward!
-Por favor, Emmett.
-Por favor, peço-te eu Edward! - Alice falava pela primeira vez. - Não me abandones! Caramba, preciso de ti! És meu irmão! Eu já vi como é que vai ser a tua vida nos próximos tempos! Vais limitar-te a andar por aí, a vaguear, sem destino! Que tipo de vida é essa?
-É a vida que eu escolhi, Alice. Não tornes isto ainda mais difícil do que é. Eu prometo que fico em contacto. Sei todos os vossos números de cor, basta comprar um telemóvel num sítio qualquer e ligo-vos, ou parar numa cabine telefónica.

-E se quisermos ser nós a contactar-te? - perguntou Emmett. - Como é que o fazemos?!
-Não o fazem. Vão estar constantemente a interferir e eu não quero isso. Agora tenho de ir. Gosto muito de vocês. São a minha família e eu amo-vos. Mas vocês não compreendem quão penoso isto é parar mim e eu não quero impingi-vos o meu sofrimento. Jamais faria tal coisa. Adeus.
Desparei como uma flecha na direcção da porta. Corri, sem rumo, sem sentido, sem esperança. Livre. Mas não de tudo.

publicado por mrsCullen às 23:53